Por Hélio Alcântara,

Esses foram os Jogos de Michael Phelps e Usain Bolt, dois atletas geniais. O nadador americano chegou mais silencioso dessa vez, sem prometer recordes. E o jamaicano, com seu carisma impressionante e um biotipo (longilíneo) destoando do tradicional dos grandes velocistas, simplesmente pulverizou seus adversários na pista de atletismo.

Para se ter uma ideia da importância da dupla Phelps-Bolt, dos 43 recordes mundiais quebrados em Pequim-2008, dez foram deles: sete do nadador americano, três do atleta jamaicano.

A cidade de Pequim (escolhida em 2001) se preparou com bastante antecedência e disciplina para receber Phelps, Bolt e todos os 10.500 atletas provenientes de 204 países, entre 08 e 24 de agosto.

O governo chinês e o Comitê Organizador dos Jogos “precisavam” apresentar ao mundo uma China sinônimo de “potência econômica” e livre do atraso cultural provocado pelos anos de ditadura comunista. Ainda que muita coisa fosse maquiada – o governo chinês impõe há anos um controle ferrenho sobre a liberdade dos chineses de modo geral, mantendo a estrutura política fechada –, eles conseguiram passar a imagem de uma nação forte e altamente competitiva em vários campos.

Na organização dos Jogos, o país mais populoso do planeta Terra (1 bilhão e 300 milhões de habitantes) gastou uma quantia astronômica: cerca de US$ 42 bilhões (quarenta e dois bilhões de dólares)!* Dos 37 locais utilizados para as competições, 25 foram reformados e 12 construídos integralmente. Duas dessas construções ficaram marcadas como obras de arte inesquecíveis: o “Ninho de Pássaro” (Estádio Nacional de Pequim, sede do torneio de Atletismo, da final do Futebol e das cerimônias de abertura e encerramento) e o “Cubo d’Água” (complexo esportivo para abrigar as competições aquáticas fechadas).

O governo chinês também promoveu algumas obras de infraestrutura em Pequim. Expandiu o metrô da cidade, dobrando sua capacidade de atendimento, estabeleceu um rodízio de automóveis durante as duas semanas e meia de competição e construiu um aeroporto moderno. Com isso, pretendeu diminuir as dificuldades causadas pela superpopulação e pela poluição do ar – alvo de críticas ferozes por parte dos ambientalistas.

No campo esportivo, Pequim-2008 realizou 302 eventos de 34 esportes, o que significou um evento a mais em relação a Atenas-2004. E promoveu a estreia do BMX, como uma das modalidades do Ciclismo, e da Maratona Aquática, na Natação.

Aproximadamente 4,7 bilhões de pessoas em todo o planeta assistiram ao evento de 17 dias. A cerimônia de abertura foi vista por 840 milhões de espectadores na China e 1,2 bilhão ao redor do mundo (dados constantes no “Alamanaque Olímpico SporTV”, de Armando Freitas e Marcelo Barreto).

Mas a China também enfrentou protestos por sua escolha como sede dos Jogos Olímpicos, a começar pela questão dos direitos humanos, cerceados no país. Além disso, havia (“e continua havendo”) o Tibete, ocupado militarmente pela China desde 1950. O Dalai Lama, líder espiritual do Tibete, exilado, vem tentando retornar ao seu país há muitos anos. O governo chinês, no entanto, mantém-se irredutível e o impede de voltar.

A China utilizou a Olimpíada como forma de propaganda política eficiente, mas escorregou em algumas avaliações equivocadas. O resultado foram os constantes episódios de protestos antes e durante a realização dos Jogos Olímpicos, especialmente as manifestações pró-Tibete durante o trajeto da tocha olímpica em várias cidades.

DESTAQUES ESPORTIVOS

O nadador americano Michael Phelps disputou oito provas em Pequim. Ganhou todas e em sete estabeleceu novo recorde mundial. A conquista mais dramática foi provavelmente a dos 100m borboleta, quando Phelps estava atrás de Milorad Cavic (Sérvia) até a última braçada e o venceu na batida de mão, com o tempo de 50”58 (cinquenta segundos, cinquenta e oito centésimos), novo recorde olímpico, contra 50”59 de Cavic. Simplesmente fenomenal.

O jamaicano Usain Bolt cravou impressionantes 09”69 (nove segundos, sessenta e nove centésimos) nos 100m rasos, a prova mais nobre do Atletismo, estabelecendo novo recorde mundial. Deu-se ao luxo de olhar para o lado e bater no peito antes de cruzar a linha de chegada.

Nos 200m, Bolt também estabeleceu novo recorde mundial: 19”30 (dezenove segundos, trinta centésimos), quebrando o recorde anterior (19”32) que pertencia ao americano Michael Johnson. E, finalmente, Bolt integrou a equipe jamaicana no Revezamento 4x100m, conquistando o ouro e estabelecendo outro recorde mundial, com 37”10 (trinta e sete segundos, dez centésimos).

A russa Yelena Isinbayeva, colega de treinos da brasileira Fabiana Murer, deixou seu nome cravado na história olímpica. Só precisou saltar duas vezes para garantir a medalha de ouro e o recorde olímpico, em Pequim (04,91m). Absolutamente à vontade, decidiu tentar estabelecer nova marca mundial e subiu o sarrafo para 5,05m. Saltou duas vezes, mas não o conseguiu. Na terceira tentativa, porém, o sarrafo ficou onde estava e Isinbayeva assombrou o planeta, superando o recorde que ela mesma estabelecera apenas vinte dias antes (5,04m).

A Itália também teve sua heroína nos Jogos de Pequim-2008. Valentina Vezzali tornou-se a primeira tricampeã olímpica de Esgrima, em todas as armas.

Nos esportes coletivos, argentinos e americanas protagonizaram a mesma conquista. Os argentinos sagraram-se bicampeões no Futebol, ao derrotar a Nigéria, por 1×0, gol do atacante Di Maria. Devolveram, assim, a derrota na final olímpica de Atlanta, quando foram batidos pelos nigerianos e ficaram com a medalha de prata. Já as americanas, campeãs em Atenas-2004, derrotaram as brasileiras na final (1×0) e ficaram com a medalha de ouro.

A dupla americana de Vôlei de Praia Feminino formada por Kerry Walsh e Misty May sagrou-se bicampeã olímpica, sem ceder um set sequer às adversárias durante todo o torneio. Na final, derrotaram as chinesas Tian Jia e Wang, por duplo 21/18.

A nadadora Kirsty Coventry, do Zimbabue, conquistou todas as medalhas do país, em Pequim-2008: uma de ouro (200m nado costas) e três de prata (400m medley, 200m medley e 100m costas), totalizando sete das oito medalhas olímpicas do Zimbabue. É considerada “tesouro nacional” em seu país.

Na briga pela supremacia olímpica, a China bateu os Estados Unidos, ao conquistar 51 medalhas de ouro (100 no total), contra 36 dos americanos (110 no total). Os chineses foram campeões em sete esportes: Badminton, Boxe, Ginástica, Halterofilismo, Saltos Ornamentais, Tênis de Mesa e Tiro.

Mas, os chineses viveram a maior decepção nos Jogos que sediaram. Liu Xiang era a grande esperança do país nos 110m com barreiras (Atletismo). Tinha chances reais de vencer a prova. Mas, dias antes da competição, Xiang se contundiu no tendão de Aquiles e acabou não participando da Olimpíada. Deixou no ar uma desconfiança: a de que havia “tremido” na hora de representar o país, agravando uma contusão leve com um componente psicológico pesado. O que ocorreu verdadeiramente só Xiang pode dizer.

Uma das cenas mais violentas e inusitadas dos Jogos de Pequim-2008 foi a protagonizada pelo cubano Angel Valodia Matos, na disputa com Arman Chilmanov, do Cazaquistão, pela medalha de bronze, no Taekwondo. Inconformado com sua desclassificação – causada por uma falha da arbitragem –, Matos não teve dúvidas: desferiu um golpe (pontapé) certeiro no rosto de Chakil Chelbat, da Suécia. Acabou banido das competições internacionais.

DOPING

Na luta contra o doping, Pequim-2008 foi “derrotada” oito vezes. Dos cerca de cinco mil testes realizados com os atletas, apenas oito foram registrados (menos de um por cento). A estimativa do COI-Comitê Olímpico Internacional, baseada em um levantamento anterior da WADA-Agência Mundial Antidoping, era a de detectar 40 casos de doping durante os Jogos. Diante desses números, o esporte saiu-se vitorioso.

O BRASIL EM PEQUIM-2008

O Brasil confiava na medalha de prata de Fabiana Murer, no Salto com Vara Feminino – a medalha de ouro tinha dona, e era a russa Yelena Isinbayeva. Essa confiança na medalha da atleta brasileira vinha do fato de ela deter a terceira melhor marca do ano, com 4,80m. Mas, Murer foi derrotada por um fato absurdo e inusitado: o sumiço de uma das varas, com a qual realizaria um dos saltos.

Enquanto se aproximava o momento da sua apresentação, a brasileira gastou o tempo de preparação e concentração procurando a vara. Atarantada e cada vez mais tensa, Murer se desestabilizou emocionalmente e, quando chegou a hora de saltar, foi incapaz de superar o sarrafo a uma altura relativamente tranquila, à qual estava acostumada (4,65m). Eliminada, retirou-se da competição aos prantos e inconformada com a grave falha da organização dos Jogos.

O ginasta Diego Hypólito representava outra medalha “garantida” nos Jogos de Pequim-2008. Afinal, ele era bicampeão mundial e, quando entrou no tablado, seu maior rival (Marian Dragulescu) já estava fora da disputa. Mesmo com o caminho aberto, Hypólito, nervoso, falhou. Levou um tombo e deixou escapar a medalha.

Nos esportes coletivos também havia uma medalha “garantida”. A Seleção Brasileira Masculina de Vôlei, comandada pelo técnico Bernardinho, havia sido campeã de 19 torneios nos últimos oito anos, incluindo dois Mundiais e uma Olimpíada (Atenas-2004).

Mas, como disseram Bernardinho e alguns jogadores depois da final, os americanos e outros adversários importantes passaram boa parte desse tempo de conquistas brasileiras estudando taticamente a equipe verde-amarela. Na final, o Brasil foi surpreendido pelos Estados Unidos e perdeu a medalha de ouro: 3×1, de virada, com parciais de 20/25, 25/22, 25/21 e 25/23.

As três medalhas de ouro conquistadas pelo Brasil não eram esperadas, muito menos “garantidas”. O nadador César Cielo, por exemplo, havia sido sexto colocado no Mundial da Austrália, disputado no ano anterior. Mas, em Pequim, venceu os 50m, com o tempo de 21”30 (vinte e um segundos e trinta centésimos), estabelecendo novo recorde olímpico para a prova.

Cielo também ganhou a medalha de bronze, nos 100m livre. Com a conquista, passou a constar da lista dos atletas que ganharam medalhas em provas diferentes.

A Seleção Brasileira Feminina de Vôlei, orientada por José Roberto Guimarães, vinha de dois vice-campeonatos importantes (Mundial-2006 e Panamericano-2007). Mas, more carregava uma marca incômoda: a de fraquejar nos momentos decisivos. Era uma alusão às derrotas sofridas nos últimos quatro anos (para as russas, na semifinal dos Jogos Olímpicos de Atenas-2004 e na final do Mundial-2006, e para as cubanas, na final do Londres Panamericano-2007, disputado no Rio de Janeiro).

O desempenho da Seleção Brasileira em Pequim, porém, desmentiu a todos. E, na final, as brasileiras derrotaram as americanas por 3×1, parciais de 25/15, 18/25, 25/13 e 25/21. Segundo o bicampeão olímpico José Roberto Guimarães (1992 e 2008), aquele foi um dos grupos mais vitoriosos da história do esporte brasileiro.

A atleta Maurren Maggi voou e agarrou a medalha de ouro. Logo na primeira tentativa da final do Salto em Distância, saltou 7,04m. Mas teve de aguardar o último salto da russa Tatyana Lebedeva, campeã olímpica quatro anos antes (Atenas-2004). Que saltou 7,03m. Em outras palavras, por um centímetro apenas, Maggi tornou-se a primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha de ouro individual.

Outros atletas também foram vitoriosos em Pequim-2008. Na Vela, a dupla Robert Scheidt-Bruno Prada ganhou medalha de prata na classe Star. Outra dupla (Márcio-Fábio Luiz) também levou a prata no Vôlei de Praia. E as eternas guerreiras do futebol feminino do Brasil – apesar de derrotadas por 1×0, na prorrogação – provaram que, com um mínimo de estrutura e de atenção, poderiam ter alcançado o lugar mais alto do pódio em competições anteriores. Na finalíssima, pesou a maior experiência e sangue frio das americanas.

Os medalhistas de bronze do Brasil são estes:

A judoca Ketleyn Quadros (categoria até 57 kg), que conquistou a primeira medalha individual feminina de Judô no Brasil;

Leandro Guilheiro (Judô, categoria até 73 kg);

Tiago Camilo (Judô, categoria até 81 kg);

Natália Falavigna (Taekwondo, acima de 67 kg);

A dupla Ricardo/Emanuel, no Vôlei de Praia;

Isabel Swan e Fernanda Oliveira, na Vela, classe 470F;

e o futebol masculino, cheio de estrutura, mimado e eterno vice.

A participação brasileira nos Jogos de Pequim-2008 (23º lugar, com 3 medalhas de ouro, 4 de prata e 8 de bronze) mostrou que andamos para trás. Com a verba pública injetada nos esportes de alto rendimento, o esporte do país tinha a obrigação de trazer resultados mais expressivos. As 15 medalhas conquistadas na China foram obtidas com 74 atletas no pódio; em Atlanta-96, as mesmas 15 medalhas tiveram dez atletas a menos (64). Na proporção, portanto, “Atlanta figura em melhor posição”.

A delegação enviada a Pequim-2008 foi a maior da história olímpica brasileira: 277 atletas (133 mulheres) disputando trinta e duas modalidades. Mas, é bom lembrar que nenhum dos 12 títulos mundiais brasileiros que estavam em jogo na Olimpíada se transformaram em ouro. O que pode ser visto como fracasso do ponto de vista técnico.

Quando: 08/04/2008 a 24/08/2008

Países participantes: 204

Total de atletas: 11.990

Total de modalidades: 32

Total de medalhas distribuídas: 958

Participação do Brasil: 23º lugar

MEDALHAS BRASILEIRAS

Modalidade: Atletismo

Prova: Salto em distância feminino

Atleta: Maurren Higa Maggi

Resultado: Medalha de ouro

Modalidade: Natação

Prova: 50m livre masculino

Atleta: César Cielo

Resultado: Medalha de ouro

Modalidade: Voleibol

Prova: Feminino

Atletas: Carolina Demartini Albuquerque (Carol), Fabiana Alvim de Oliveira (Fabi), Fabiana Marcelino Claudino (Fabiana), Hélia Rogério de Souza Pinto (Fofão) , Jaqueline Maria Pereira de Carvalho (Jaqueline), Marianne Steinbrecher (Mari), Paula Renata Marques Pequeno(Paula), Sheilla Tavares de Castro (Sheilla), Thaísa Daher de Menezes(Thaísa), Valeska dos Santos Menezes (Valeskinha), Walewska Moreira de Oliveira (Walewska), Welissa de Souza Gonzaga (Sassá).

Resultado: Medalha de ouro

Modalidade: Futebol

Prova: Feminino

Atletas: Andréia dos Santos, Andréia Rosa, Andréia Suntaque, Bárbara Micheline do Monte Barbosa, Cristiane Rozeira de Souza Silva, Daniela Alves Lima, Delma Gonçalves (Pretinha), Érika Cristiano dos Santos, Ester Aparecida dos Santos, Fabiana da Silva Simões, Francielle Manoel Alberto, Marta Vieira da Silva, Maurine Dorneles Gonçalves, Miraildes Maciel Mota (Formiga), Renata Aparecida da Costa, Rosana dos Santos Augusto, Simone Gomes Jatobá, Tânia Maria Pereira Ribeiro (Tânia ontstaan Maranhão).

Resultado: Medalha de prata

Modalidade: Vela

Prova: Star

Atletas: Bruno Prada, Robert Scheidt

Resultado: Medalha de prata

Modalidade: Vôlei de praia

Prova: Masculino

Atletas: Fábio Luiz , Márcio

Resultado: Medalha de prata

Modalidade: Voleibol

Prova: Masculino

Atletas: Anderson de Oliveira Rodrigues (Anderson), André Heller, André Luiz da Silva Nascimento (André), Bruno Mossa de Rezende (Bruninho), Dante Guimarães Santos do Amaral (Dante), Gilberto Amaral de Godoy Filho (Giba), Gustavo Endres (Gustavo), Marcelo Elgarten (Marcelinho), Murilo Endres (Murilo), Rodrigo Santana (Rodrigão), Samuel Fuchs (Samuel), Sérgio Dutra dos Santos (Escadinha)

Resultado: Medalha de prata

Modalidade: Futebol

Prova: Masculino

Atletas: Alex Sandro da Silva (Alex Silva), Alexandre Rodrigues da Silva (Alexandre Pato), Anderson Hernanes de Carvalho Andrade Lima (Hernanes), Anderson Luís de Abreu Oliveira, Breno Vinicius Rodrigues Borges, Diego Alves Carreira, Diego Ribas da Cunha, Ilson Pereira Dias Junior (Ilsinho), João Alves de Assis Silva (Jô), Lucas Pezzini Leiva, Marcelo Vieira da Silva Júnior, Márcio Rafael Ferreira de Souza (Rafinha), Rafael Augusto Sobis do Nascimento (Rafael Sobis), Ramires Santos do Nascimento, Renan Brito Soares, Ronaldo de Assis Moreira (Ronaldinho Gaúcho), Thiago Emiliano da Silva (Thiago Silva), Thiago Neves Augusto (Thiago Neves).

Resultado: Medalha de bronze

Modalidade: Judô

Prova: Leve feminino

Atleta: Ketleyn Quadros

Resultado: Medalha de bronze

Modalidade: Judô

Prova: Leve masculino

Atleta: Leandro Guilheiro

Resultado: Medalha de bronze

Modalidade: Judô

Prova: Meio-médio masculino

Atleta: Tiago Camilo

Resultado: Medalha de bronze

Modalidade: Natação

Prova: 100m livre masculino

Atleta: César Cielo

Resultado: Medalha de bronze

Modalidade: Taekwondo

Prova: + 67kg feminino

Atleta: Natalia Falavigna

Resultado: Medalha de bronze

Modalidade: Vela

Prova: 470 feminino

Atletas: Fernanda Oliveira, Isabel Swan

Resultado: Medalha de bronze

Modalidade: Vôlei de praia

Prova: Masculino

Atletas: Emanuel e Ricardo

Resultado: Medalha de bronze

Deixe um comentário

Seu e-mail não será publicado. Required fields are marked *

*